Palmeiras também produzem madeira?



As palmeiras são plantas muito antigas, com fósseis que remontam a 85 milhões de anos atrás. Devido a sua constituição rígida, os fósseis encontravam-se bem conservados.


Palmeiras são monocotiledôneas perenes, "lenhosas", solitárias ou gregárias, apresentam em geral uma coroa de folhas, produzem flores unissexuadas ou bissexuadas num único indivíduo ou em plantas separadas e reproduzem-se por sementes. Representam um grupo monofilético de plantas da família Palmae (nome alternativo Arecaceae) e da ordem Arecales. Apresentam em geral um padrão na aparência que permitem facilmente serem reconhecidas muitas vezes como plantas de grupos a elas não relacionadas. É o caso das Cicadaceae, cyclanthus (Carludovica palmata, palmeira do chapéu Panamá) e agaves (Nolina recurvata), cuja aparência lembra a das palmeiras. 

As palmeiras são plantas muito antigas, com fósseis que remontam a 85 milhões de anos atrás. Devido a sua constituição rígida, os fósseis encontravam-se bem conservados.

Em muitos trabalhos as palmeiras são denominadas "princesas do reino vegetal". De fato, o botânico suíço Carolus Linnaeus, o fundador do moderno sistema binomial de nomenclatura biológica, denominou-as como "princesas". Em função disso este foi o nome do jornal científico publicado por muitos anos pela Associação Internacional de Palmeiras. 

Altamente numerosas, as palmeiras podem chegar a até 2500 a 3500 espécies em 210 a 236 gêneros. Esta variação decorre da discordância na classificação entre botânicos.

Mais de dois terços das palmeiras do mundo crescem em florestas tropicais, onde podem atingir grandes alturas e ultrapassar o dossel, sobreviver entre as plantas de médio porte ou mesmo imersas nas sombras próximas ao solo da floresta. Algumas espécies, entretanto, sobrevivem em habitats pouco comuns: Phoenix dactylifera habita savanas; Nannorrhops ritchiana nasce nas montanhas do Afeganistão e espécies do gênero Thachycarpus passam boa parte do ano cobertas por gelo no Himalaia. 

As palmeiras, algumas delas muito usadas na região Amazônica com a mesma finalidade da madeira (como a paxiúba, Socratea exorrhiza, Arecaceae, usada no assoalho de casas de ribeirinhos), não apresentam crescimento secundário. Isto faz com que o produto retirado do caule (cujo nome correto é estipe) não possa ser considerado madeira, pois:

1) a organização celular do tecido difere do xilema e 

2) nas palmeiras só há crescimento primário, o que não caracteriza o tecido como madeira. 

*Nota: Um grupo monofilético é um grupo de taxa (espécies, gêneros, famílias, etc.) descendente de um único ancestral comum, chamado também de um grupo verdadeiro.
 

Fonte: Conhecendo a Madeira